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01-04-2003

Fernando Niza fala da subida do Pampilhosa e não só


Pampilhosa

Fernando Niza fala da subida do Pampilhosa e não só “Iremos ser uma bandeira de dignidade” Manuel Zappa Igual a si próprio, contundente, sarcástico e sem papas na língua, Fernando Niza, treinador do Pampilhosa, abordou para o nosso jornal a subida de divisão dos ferroviários, feito que só foi possível graças aos reajustamentos que, juntamente com a direcção, fez no plantel, dois meses depois de ter aceite substituir Carlos Rocha. Para a próxima época promete a mesma ambição da época anterior, ou seja, a de lutar pelos primeiros lugares. Noutra onda da sua conversa Niza deixou alguns recados à classe dos treinadores, alguns sem ética e deontologia, quando à terceira derrota já estão na bancada à espera da chicotada e, como não podia deixar de ser num homem que vive as coisas com elevado grau de profissionalismo, não teve pejo de comentar a realidade do actual futebol português. “NÃO ATROPELEI NINGUÉM” -Ao aceitar, à sexta jornada o convite do Pampilhosa, sem qualquer conhecimento da 1ª. Divisão da AFA, pelo seu passado, não foi um risco? -Sabia de antemão que iria correr riscos, não só pela falta de conhecimento do futebol distrital, como do clube em si, das instalações e dos dirigentes. Tudo isto me fez pensar um pouco como homem de decisões e com a minha auto confiança, aceitei o convite, convicto de que poderia alcançar o objectivo da subida. Como frisei atrás, desconhecia tudo e todos e entrei no clube com a dignidade que um treinador deve ter. Não atropelei ninguém e, como tal, não me ofereci. Aliás, quem me conhece, sabe que sou incapaz de estar no futebol à espera da infelicidade de um colega. -Quer dizer que não vê fantasmas? -Todo o treinador que vê fantasmas é um homem inseguro e, portanto, sem confiança. A partir daí, qualquer clube que seja, não pode e não deve convidar treinadores, porque lhe transmite toda a sua insegurança, afectando o rendimento desportivo e prejudicando em simultâneo o clube. -Confiou nas suas capacidades e foi bem sucedido. Foi difícil o caminho até chegar à meta? -Sim. Foi um campeonato que eu não esperava devido às dificuldades que os adversários nos criaram e à sua competitividade. O objectivo não foi assim tão fácil como possa parecer. Ainda hoje não posso conceber como é que foi possível, não tirando o mérito que efectivamente teve, o Fiães, no final da primeira volta, ter resolvido a sua situação de subida e conquistado o primeiro lugar. Dá-me a sensação que todos os adversários, incluindo o Pampilhosa, prestavam vassalagem a um adversário que não tinha tão elevado valor futebolístico de fazer a sua carreira como um passeio, nem o Fiães era assim tão forte, nem os adversários eram assim tão fracos. -Acreditou sempre que era possível a subida? -Não. Após dois meses no clube verifiquei e analisei que a equipa não dava resposta à ambição que se pretendia. Alertei a direcção para tal facto e as pessoas vieram ao meu encontro. Houve necessidade de fazer reajustamentos no plantel, sem prejudicar os jogadores que iriam sair, sendo subjectivo, não tomando estas medidas e daquilo que me apercebi ao longo do campeonato, o Pampilhosa em vez de lutar pela subida, poderia caminhar para uma eventual descida. Receita para o êxito É de enaltecer a atitude dos atletas, que foram bastante briosos e assimilaram aquilo que o treinador pretendia, sobretudo o espírito ganhador que era necessário para irmos ao encontro do sucesso. É que sem trabalho, disciplina e ambição, não há nenhuma equipa do mundo que possa ter êxito. -Por aquilo que disse, existiu sempre grande abertura por parte da direcção. -É justo que o diga a direcção, dentro das suas possibilidades, deu sempre total apoio e transmitiu sempre grande confiança, não só com o treinador, como a todo o grupo de trabalho. Nos momentos das derrotas tiveram sempre uma palavra amiga, o que não é frequente encontrar-se em alguns dirigentes desportivos. Também não posso esquecer o apoio da massa associativa. Uma palavra amiga e de gratidão da minha parte que, com grande espírito de sacrifício, sobretudo no nosso campo, soube resistir ao frio, ao vento, à chuva e ao calor, sempre na posição de pé. Não posso e não devo esquecer o apoio do Sr. Carlos Duarte, amigo da terra e do clube, que estando a milhares (EUA) de quilómetros, esteve sempre connosco, nos bons e maus momentos. A isto se chama paixão. As coisas terão que ser vividas apaixonadamente. Foi esta a lição deste nosso amigo. O PAMPILHOSA DEIXOU SE SER UM CLUBE DE UMA FREGUESIA -Ao falarmos do passado, obviamente teremos de falar no futuro... -Como é lógico. O FC Pampilhosa deixou de ser um clube de uma freguesia e passou a ser um clube do concelho e de uma região. Criámos responsabilidades e, como tal, iremos ser uma bandeira da dignidade, não só no aspecto desportivo, como também no social para sermos dignos de toda esta gente. É no presente que se constrói o futuro, sendo importante que o clube, a médio prazo, consiga outras infra-estruturas, que permitam dignificar ainda mais o clube. -E a próxima época? -Vamos partir com o pensamento positivo, dando continuidade à nossa ambição. Vamos lutar com o objectivo dos primeiros lugares para que a permanência aconteça o mais rápido possível, objectivo que a direcção pretende. Como treinador, terei de incutir aos jogadores a fasquia mais alta e tentar surpreender os quatro candidatos à subida, Estarreja, Mangualde, Arrifanense e União de Coimbra. Envergonha-me o actual estado do futebol português -Vai regressar de novo a uma competição nacional. Como é que está a ver o momento do actual futebol português? -Como homem do futebol e respeitando como respeito, lamento profundamente o estado vergonhoso de pessoas, com cargos de responsabilidade, que dêem uma imagem degradante daquilo que devia ser mais digno, o futebol. Para quem não saiba o futebol português faz parte da cultura de um país e, simultaneamente de um povo. Não podemos viver nesta mediocridade em que os interesses se sobrepõem à dignidade que deve ter qualquer ser humano. Esta imagem para quem queira compreender é tudo aquilo que envolveu e envolve a nossa Selecção Nacional em terras do Oriente. Espero e faço os sinceros votos para que as pessoas que gerem o futebol português, tenham o bom senso de reflectir se tiverem capacidade e competência para isso, de molde a que o país dê uma resposta dignificante no Euro 2004 para assim recuperarmos uma nova imagem ao mundo do futebol. Não basta termos jogadores de classe internacional. Teremos também que ter dirigentes com valor e que saibam dirigir como o Figo joga futebol. -Há pouco deixou nas entrelinhas que a classe dos treinadores não era unida! -Não chega só fazer cursos quando depois não há nenhuma reciclagem. Aliás, com este andamento de tantos cursos em tão pouco espaço de tempo, qualquer dia há mais treinadores do que clubes. Por isso sou apologista de que a classe de treinadores devia ter outra resposta e de ser melhorada em todos os aspectos. Por exemplo, existe falta de ética e de deontologia em alguns. É triste ter conhecimento que colegas de profissão, à terceira derrota, estejam na bancada à espera do seu lugar. Só com outro tipo de união é possível que haja outra qualidade de espectáculos para que a competitividade seja cada vez maior e que os estádios tenham mais público a assistir aos jogos. Assim, estamos todos a trabalhar para que o Europeu seja um êxito, independentemente de termos alguns, mas poucos, treinadores no futebol internacional. (3 Jul / 14:12)

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